Blog do Professor César Renato


Depois de algum tempo inativo, e pela disposição e necessidade de estabelecer novamente um canal de comunicação com meus interlocutores externos, este blog volta ao ar.
Nele pretendo, dentro do possível, semanalmente discorrer sobre algumas questões que julgo importantes e que percorrem minhas comunidades em alguma medida, tanto no micro-espaço que me situo, quanto no macro-espaço social onde estamos todos.
Quem pretendo alcançar são aqueles que estou mais perto, como família, especialmente meus filhos, amigos, alunos e colegas em geral. Minhas colocações buscam alcançar meu ponto de vista sobre temas que acredito serem pertinentes a discussão.

domingo, agosto 10, 2014

Feliz Vida de um Pai!

Para quem me conhece, eu falar que não sou nenhum pouco ligado em dia dos Pais é chover  no molhado. Continuo assim, pensando que essas datas comemorativas a Pais, Mães, Avós, Crianças, Amigos, Netos, Amantes, etecetera’s é tudo uma grande bobagem, nada mais do que uma forma sórdida de instrumentalizar consumo e construção de desejo material, conduzido pelas organizações produtivas. Portanto hoje NÃO é dia dos Pais, hoje é sim mais um dia feliz na minha VIDA de Pai. Não quero ser lembrado de maneira diferenciada neste dia, quero apenas ser lembrado pelos meus filhos, sempre que eles precisarem, sempre que for preciso estar ao lado deles.
Em respeito aos que querem ouvir algo sobre Pais, por cultivarem esse rito do dia comemorativo, resolvi compartilhar a ideia que tenho da paternidade!
Nem quero envolver nessa reflexão, minha tradição religiosa a respeito da figura do Pai. Ela para mim é presente, e justifica de maneira definitiva a origem da paternidade e a sua importância. Como nem todos refletem a partir dessa espiritualidade baseada em uma Fé, fico aqui com minha crença e agradeço a DEUS por ela e pela benção que recebi de ser PAI!
Agora ... veja como a paternidade é algo diferenciado. Acredito nessa formidável distinção a partir de três princípios fundamentadores que só coincidem com a figura da Mãe, apesar de que ela ainda consegue ser mais especial, pela maior presença na geração (O pai está presente na geração em alguns instantes, no ato físico, Mamãe fica dourando a Pílula durante longos meses).
O primeiro principio é exatamente esse. Entender que cada filho de um Pai, é o próprio Pai, junto com a Mãe. Isso mesmo, nenhum dos meus filhos é um ser sozinho, todos eles são Eu e a Mãe deles, dois minúsculos pedacinhos de nós, é certo, mas que em nós se reproduziram. Todos os outros “pedacinhos” só existem porque existe os nossos primeiros pedacinhos. No meu caso, sei que os pedacinhos que vieram depois do meu evoluíram muito, cresceram em qualidade, e isso é mais uma benção para um Pai, saber que seus filhos se transformaram em algo melhor do que o Pai mesmo foi um dia, e é hoje. É egoísta, mas é maravilhoso se realizar nos filhos a cada conquista deles.
Um segundo princípio esta baseado na autoridade do Pai sobre os filhos. Em muitos momentos de minha vida, impus e ainda imponho condições a meus filhos e não importa se estou certo ou errado, importa que eu devo fazer isso, porque eles existem a partir de mim e então cuidar deles é cuidar de mim mesmo. Uma obrigação que a natureza me impôs para toda a minha vida. Tenho uma frase nesse sentido, que ilustra o que quero dizer. Costumo dizer que “Pai e Mãe sempre estão certos, até mesmo quando erram”! Porque nunca fazem nada, quando exercem de verdade a natureza da paternidade, que não seja por expressão do maior AMOR de todos, dentre todas as relações de AMOR!
O Terceiro principio fundamentador, da relação de Pai, se remete exatamente para o significado desta relação. Pai não é amigo, Pai não é camarada, Pai não é companheiro. Pai é Pai, tá acabado! Se for preciso ser duro, até impiedoso, faz porque é Pai. Se for preciso deter a possibilidade de um caminho, detém porque é Pai. A Paternidade é uma nuvem, que tem dentro dela, características parecidas com a amizade, a camaradagem, a irmandade até. Mas se esse sentido da relação não for possível, não há problemas, porque conduzida com verdade e justiça, é paternidade é sentido maior que essas atitudes! E outra coisa ... Pai não tem que dar exemplo não, se der muito melhor, mas Pai de verdade tem que saber conduzir o filho para o que é correto, mesmo que um dia possa ter errado nisso ou naquilo!!!!
A ditatura do exemplo não deve funcionar na Paternidade, porque a qualquer erro cometido por um ser humano, que também pode ser Pai, a responsabilidade eterna da paternidade se romperia, e isso nunca pode se romper, aconteça o que acontecer!
Um Pai verdadeiro se reconhece ao longo de toda a sua própria vida. E vida de Pai começa depois do primeiro instante do milagre da geração, e se mantém em toda a vida dos filhos, em toda sua própria vida! Porque não existe Pai que abandona, não existe Pai que se afasta dos filhos, não existe Pai que tem na vida algo mais importante do que os filhos. As vezes você vê um sujeito que tem filhos e não identifica neles essas atitudes, mas dai você pode ter certeza, essas pessoas não estão exercendo a sua identidade mais, sublime no sentido e na razão ...  A Paternidade!
         Amo meus filhos, Amo meus alunos (filhos adotivos de todos os anos), Amo os filhos de maneira geral. Por isso ... Filhos e Alunos ... sigam suas vidas e não se preocupem comigo ... saibam que se precisarem de mim algum dia ... basta olhar para o lado e me chamarem, estarei lá como todo verdadeiro Pai está!

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