Blog do Professor César Renato


Depois de algum tempo inativo, e pela disposição e necessidade de estabelecer novamente um canal de comunicação com meus interlocutores externos, este blog volta ao ar.
Nele pretendo, dentro do possível, semanalmente discorrer sobre algumas questões que julgo importantes e que percorrem minhas comunidades em alguma medida, tanto no micro-espaço que me situo, quanto no macro-espaço social onde estamos todos.
Quem pretendo alcançar são aqueles que estou mais perto, como família, especialmente meus filhos, amigos, alunos e colegas em geral. Minhas colocações buscam alcançar meu ponto de vista sobre temas que acredito serem pertinentes a discussão.

sexta-feira, março 26, 2010

O que faz vc feliz ...

Nem tanto ao céu (Platão), nem tanto a terra (gôndola do mercado).
O que faz você feliz?
Existe uma música, de um compositor carioca, Seo Jorge (2007), que já questiona isso. É lindinha, precisam baixar!
Aliás, tem um grande supermercado que aproveitou a música para afirmar que ser feliz é comprar lá (desconsidere isso).
Platão e outros filósofos, veem a felicidade através da perfeição (MAXIMIANO, 2004). Eles dizem que a felicidade está no cumprimento da "regra de ouro" - Trata o outro da mesma forma como gostaria de ser tratado, melhora a cada dia o seu sujeito e usa a razão nas decisões da vida -
Pedem algo parecido àquilo que nos ordena DEUS, nas escritas feitas na pedra e entregues a
Moisés ... Lembra? (espero que sim) ... Ama a DEUS acima de todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo.
Não há a menor dúvida, que agir conforme os filósofos e DEUS indicam, é a chave para a mais infinita e irretocável felicidade ... Mas também é verdade que isso é impossível, a nós humanos.
Conhecer isso nos deixa em uma situação de dúvida ... Como buscar a felicidade?
Esta é a questão central ... Felicidade é uma busca ... Todos os dias temos de cursá-la!
Hoje no Blog, pode-se discutir uma forma de realizar tal busca.
A experiência dá sinais, que a felicidade é uma construção de si mesmo. Então ser primeiro feliz em si é primário e básico, para que se seja feliz também com os outros e para os outros.
Três virtudes humanas ajudam muito na felicidade individual.
A persistência, como a dos peixes na "piracema".
O Equilíbrio, como o dá água que repousa na poça.
E a perseverança, como a da panela de ferro, que recebe o caldo.
A piracema, é uma época em que peixes sobem as correntezas dos rios caudalosos para desovar. Uma senhora muito sábia já disse algo assim: "fazer nascer dói, mas o resultado cura e incendeia o coração". Os salmões, que sobem o rio, tem que ser persistentes, caso contrário a sua desova não produz seus filhos. Há felicidade mais sublime que a graça divina dos filhos? Não, Não há!
A água. Vejamos em uma chuva torrencial. A água vem em turbilhões, agitada, as vezes avassaladora, mas na bonança, procura um lugar onde possa finalmente parar e descansar. A poça de água, serena, tranquila, limpa, reflete tudo o que vê, exatamente como é ... sem retoques. Este é o maior estágio do equilibrio.
E a panela de ferro? Quanto fogo destrutivo recebe em sua superfície? Apesar de tudo isso, persevera e dá lugar ao preparo do mais saboroso caldo, e ainda troca com a iguaria parte de seus compostos. Dá ferro à comida, fortalecendo sua nutrição e recebe partículas vegetais e de óleo, que estimulam a sua limpeza, tornando-a de novo, linda e vistosa.
O jovem estudante, no nosso caso universitário, tem que enfrentar muitos desafios pra conquistar o resultado com o qual sonha para sua formação. Contudo, não é persistente, pois as dificuldades dos novos saberes o faz deixar de lado a necessidade impertinente da dedicação ao estudo. Não é equilibrado, pois não repousa no tempo, deixando pra tomar decisões, mais pensadas, que reflitam melhor a solução. E também não é perseverante, pois cede a pressão que outros prazeres lhe concedem, ao invés do desprazer do tempo de estudo, do trabalho a ser feito, do livro a ser lido.
Você é assim?
CLARO QUE NÃO!!!!
Quando decidiu pelo curso superior, o fez porque sabe que isso o tornará diferente e porque sentiu em você mesmo, forças para cumpri-lo. Você as tem, fique certo disso!
Ser feliz é bom, mas é também difícil. Aproveite esse momento da sua vida para sê-lo. Este momento é mágico, mas também é mestre. Do tempo de sua vida, é um dos que mais lhe ensinará.
Não abandone os seus prazeres cotidianos. Durma, conecte, vá, volte, dance, namore, coçe!!!! Mas divida isso com a construção de sua formação superior. Com persistência, equilibrio e perseverança!
Daqui a alguns anos, você tera convicção de ter feito a coisa certa. E será mais Feliz!

sábado, março 06, 2010

Pensando na vida ...

Pensando em ética

Para a discussão do tema, e para ensaiar uma definição de ética, pode se analisar criticamente alguns conceitos do tema, e compactá-los em um conceito único, que aponte a definição melhor para a aplicação de ética e responsabilidade nas organizações.
Stoner e Freemann (1999) indicam na ética o termo científico que consegue estabelecer os direitos e os deveres entre os cidadãos, apontando o modo como as decisões tomadas afetam os envolvidos. Na visão de Braga (1995), a ética compõe a teoria ou ciência que identifica o comportamento moral entre os homens no convívio social, definindo assim as formas específicas, identificadas no comportamento humano. Ainda, segundo Ashley et. al. (2002), a ética se relaciona à aplicação de valores morais de atividades, práticas, políticas e comportamentos, operados e vivenciados pelo homem em sociedade, indicando o que é esperado (no sentido positivo) e o que é proibido (no sentido negativo).
Este entendimento sobrescrito de ética indica a necessidade de esclarecimento de outros dois conceitos, antes de tratarmos de um conceito genérico da própria ética. Os conceitos de valores e de moral.
Por valores, entende-se um grupo de atributos que são selecionados pelo indivíduo e que o faz bom em si. Os valores possibilitam que as relações de convivência e de trabalho possam ser realizadas com harmonia e equilíbrio (BRAGA, 1995; MAXIMIANO, 2003). Alguns valores recorrentes e importantes na relação humana e no ambiente organizacional podem ser honestidade, companheirismo, respeito, consciência social e ambiental, entre outros.
A Moral agrupa valores construídos, e estes guiam os indivíduos às situações vividas, buscando estabelecer o certo e o errado, dadas relações com interesses conflitantes, neste caminho (STONNER E FREEMANN, 1999).
Considerando tais definições, sugere-se para o estudo da ética pensar a partir de uma definição genérica conforme segue:

Ética trata-se da ciência humana capaz de orientar, regular e equilibrar as relações, a partir de consensos coletivos baseados na conduta moral e construídos a partir dos valores recorrentes em grupos específicos, compreendidos, aceitos e praticados entre seus integrantes. Nas organizações, a ética identifica características que dêem anuência à convivência entre os pares e convalidem os fundamentos e práticas utilizados para o alcance dos objetivos estabelecidos (e.g. ética médica, ética na propaganda, ética esportiva).

sábado, fevereiro 13, 2010

Universidade e o Estado

Estado: Prisão, caverna ou casinha de campo.

Ao longo de uma formação social, acadêmica e familiar que quase alcança meio século, creio que seja possível, pretensiosamente, sugerir uma discussão sobre conceitos como, sociedade, estado e cidadania.

O objetivo dessa provocação é identificar em que nível se deve participar das comunidades em que estamos envolvidos, todos os seres humanos, e mais especificamente, como atores participantes das universidades, podem contribuir para a melhoria continua.

Genericamente e de maneira bastante simplista, vejamos a sociedade como o universo maior de existência das pessoas, distintas evidentemente por particularidades, que formam outras sociedades menores.

O que importa agora é definir, dentro da sociedade, o Estado, como sendo o corpo que permite a harmonia social, se constituído de três partes em equilíbrio, essas partes formadoras do Estado podem ser denominadas como: Cidadão, Instituições e Governo.

O cidadão é evidentemente o ser humano, tratado assim, dado a um grupo de direitos e deveres que o permite compor o Estado com liberdade de expressão e movimentos, tal qual qualquer um de seus pares sociais.

As instituições são órgãos de composição, consolidação e operacionalização dos processos e estruturas, que permitem ao cidadão a interação e o equilíbrio. Públicas ou privadas, as instituições devem proporcionar a todos os cidadãos, sua formação, sustento, entretenimento, bem estar social, liberdade e manifestação.

Finalmente, os governos são constituídos de grupos de pessoas, com plataformas, políticas e filosofias particulares, responsáveis pelo controle e gestão das instituições, a fim de harmonizar o convívio adequado entre os cidadãos. Esses governos, para estabelecerem representatividade, devem ser escolhidos ou ao menos aceitos pelos cidadãos.

Quando essas três partes do corpo no Estado funcionam adequadamente, a sociedade caminha bem, no sentido de fortalecer suas bases e melhorar continuamente sua constituição.

Nesse caso, é importante ressaltar a importância do cidadão nesse contexto, e os resultados que se dão, considerando a sua atitude perante o Estado. Se o cidadão for submetido à autoridade desproporcional do governo e não puder dispor de instituições que supram suas necessidades, ele se sente como em uma prisão. Os seus movimentos serão cerceados e controlados e a transformação de sua parte será nula.

O cidadão, em contrapartida, se apesar de contar com governos e instituições que possibilitem sua participação, omitir-se de participar e interagir, ele se comportará como se estivesse em uma caverna, onde restringe o convívio social a si mesmo ou, quando muito, a seus pares próximos.

A harmonia, felicidade e integridade de uma “casa de campo”, somente são possíveis, se o cidadão participar ativamente, tanto da escolha de seu governo, quanto da integral interação com as instituições constituídas. Para isso, o cidadão na essência de seu significado, deve ser um sujeito que participe, opine, contribua e intervenha, sempre que fatos exigirem tais atitudes. O sujeito que praticar sua cidadania de maneira integral e integrada, possibilita o funcionamento do Estado e a integralização de uma sociedade justa, inclusiva e em crescimento contínuo.

Na universidade, seus integrantes vivem um ambiente que cria condições para as sociedades integralizarem de melhor maneira governo e instituições, na medida em que a formação superior, através da pesquisa, ensino e extensão, é uma oportunidade madura e privilegiada de geração de conhecimento e produção de teoria e prática. Logo, os acadêmicos, que tem a oportunidade de conviver no ambiente universitário, devem aproveitar esse diferencial, para cumprirem com mais qualidade sua ação de cidadania.