Blog do Professor César Renato


Depois de algum tempo inativo, e pela disposição e necessidade de estabelecer novamente um canal de comunicação com meus interlocutores externos, este blog volta ao ar.
Nele pretendo, dentro do possível, semanalmente discorrer sobre algumas questões que julgo importantes e que percorrem minhas comunidades em alguma medida, tanto no micro-espaço que me situo, quanto no macro-espaço social onde estamos todos.
Quem pretendo alcançar são aqueles que estou mais perto, como família, especialmente meus filhos, amigos, alunos e colegas em geral. Minhas colocações buscam alcançar meu ponto de vista sobre temas que acredito serem pertinentes a discussão.

sábado, outubro 25, 2014

A História por trás de "A Fábula da Mudança"!!! Comportamento Ingênuo ou Cúmplice? #votoouveto

Vivemos no dia 26/10/2014 o segundo turno das eleições presidenciais 2014.
Neste momento, mais uma vez, julgo importante me posicionar sobre esse fato social, cercado de política, mas também de retórica. Pessoalmente continuo percebendo o quadro político da mesma forma como o percebia na véspera destas eleições, no seu primeiro turno (para entender melhor leia a crônica anterior deste Blog "Um dia da caça, quatro anos do caçador! Viva o dia da caça gargalhar!!!! #apertoconfirmacomdedodomeio), contudo avalio como importante tratar sobre um tema que emergiu principalmente com o acesso de um dos candidatos ao segundo turno, constituindo a base de seu discurso (retórico) na promessa de mudança!
Essa posição não representa, de minha parte, apoio ao outro candidato, mas creio que nesse momento deva ser considerada na sua escolha perante a urna: OU VOTA, OU VETA OU ANULA!!!
O principal elemento que me assegura a certeza de que a troca de pessoa ou partido não representa mudança alguma, está baseado na leitura do ambiente universal em que vivemos. O mundo vive hoje encarcerado na "Gaiola de Ferro" do capitalismo neoliberal, onde bilhões de pessoas são vítimas e reféns de um sistema socioeconômico que favorece a poucos. Considerando a população total do planeta, apenas 1% de seus habitantes, detém hoje mais riqueza do que 3,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da ONU, revelados no início deste ano, ou ainda e mais avassalador, 0,7 % de sujeitos no mundo inteiro, detém 41% de toda a riqueza mundial, o que foi revelado agora, no início deste mês, como resultado do "Credit Suisse 2013 Wealth Report"!
Esse quadro indica, sem nenhuma ressalva, que o mundo tem donos, e que todo o restante de nós somos prisioneiros serviçais deles, quer seja eu professor, você aluno, ou qualquer presidente de país periférico do sistema político universal!
Contudo, o que quero propor como discussão agora, é essa "mudança" pregada por um dos candidatos, se caso venha a ser eleito. Ele baseia isso, especialmente quando diz que vai deter elementos como a corrupção, a velha política, o loteamento de cargos e o continuísmo no poder.
Segundo minha visão, aceitar isso confere a nós todos (que aceitarmos) duas posturas, distinguíveis pela forma como percebemos essas falácias: Ou seremos INGÊNUOS OU CÚMPLICES!
Senão vejamos ... Nos casos de corrupção ... a promessa de mudança se baseia nos acontecimentos investigados e revelados pela Polícia Federal na Petrobrás e nos Correios, ou denunciados por um político, que inclusive está preso por isso mesmo, chamado Roberto Jefferson, do conhecido "mensalão". 
Ora, os partidários que advogam esta mudança tem sido colocados sob suspeita recentemente, Julho de 2013, por casos absolutamente iguais, com desvio de verbas e pagamentos de propina baseados nos mesmos sistemas, em escândalos conhecidos como "propinas do ISS paulista", "Superfaturamento no Metrô de São Paulo", "Aeroporto de Ricardo" e "Mensalão Mineiro". A diferença entre eles é que tais casos não estão sendo veiculados na mídia, e não há envolvidos respondendo por tais crimes, ou até presos em função deles! Ninguém precisa aludir se isso é verdade ou não, já foi declarado como tal, por quem deu as propinas (SIEMENS Alemã), por quem controla tais movimentos do dinheiro público (Ministério Público em Minas), por quem investiga os bandidos (Polícia Civil e Federal de São Paulo) e por correligionários políticos (assessor de Eduardo Azeredo, o mensaleiro, que inclusive hoje mudou para o partido opositor a ele). Tudo isso esteve estampado em todos os principais jornais do país e foi vinculado nos principais canais de televisão existentes no conjunto da mídia nacional. 
Porque não se fala disso hoje? Discuto isso no final deste texto!
No caso da velha política, cabe agora contar uma história que aconteceu a mais ou menos 30 anos atrás, Quando ainda éramos governados por militares, oriundos do Golpe de 1964.
Em 1983, surge no Congresso Nacional, uma proposta de emenda constitucional, que altera a constituição do país, no sentido de estabelecer a partir de 1984, eleições diretas para a presidência da república. Para entender o porque disso, é importante saber que a lei vigente à época, previa eleições indiretas, e os candidatos eram originários de uma indicação dos militares, no poder nacional desde 20 anos anteriores. Houve uma forte sinalização de que tal emenda fosse rejeitada, já que a grande maioria dos políticos atendia o desejo dos militares e certamente derrubaria tal proposta. 
Você lembra ???... (Se já era nascido, evidentemente, ou por tudo que a história repete atualmente). Milhões de pessoas foram as ruas, em um movimento popular chamado "Diretas já!", que não foi atendido pelos militares. O que houve foi a cessão, por estes mesmos militares, em aceitar um candidato civil para concorrer ao pleito indireto. Este candidato inclusive concorreu e venceu as eleições. Você sabe quem é ele? Sabe sim ... mas falaremos mais sobre isso em algumas frases.
Para falar de velha política, quero comentar o que aconteceu nos bastidores deste movimento político em 1984. Haviam alguns partidos políticos fortes, ditos de oposição, dentre os quais PMDB, PDT e PT (este último ainda emergente), alguns outros de pouca expressão, fora evidentemente os partidos que representavam a situação e os militares, nesse caso, especialmente o PDS. 
Como o movimento popular não surtiu efeito, começou a se articular em Brasilia uma transição ao governo militar, já que a sociedade não aceitaria mais a situação como estava. Esse período foi chamado de "redemocratização" nacional e foi produto de um grande acordo político conduzido especialmente por dois grupos. De um lado os militares e de outro um grupo político chamado de "Frente Ampla". As eleições indiretas foram mantidas e o candidato civil da oposição foi aceito pelos militares, desde que seu nome fosse também consenso entre os acordantes. Em última análise aconteceu o seguinte: Se elegeria um presidente civil, desde que o mesmo fosse aceito pelos militares. O escolhido foi um líder conservador da Frente Ampla, chamado Tancredo de Almeida Neves (Lembrou agora de quem eu falava ali em cima?), em detrimento de outro que era a preferência da maioria opositora, chamado Ulisses Guimarães. Apenas para deixar ainda mais claro, como à época já se praticava o que hoje chamamos aqui de velha política, a tal frente ampla era algo muito parecido com o que é o PMDB de hoje, que movimentou os seus membros para o governo do PT, assim que acessou ao poder, como fez com os governos anteriores do PSDB. Um partido que aproveita as oportunidades casuísticas de exercício do poder. Consegue perceber isso????
O que se chama hoje de loteamento de cargos, significa expressar que cada partido no poder, ao negociar sua representação no Congresso Nacional, promete cargos em escalões da administração pública a outros partidos, tais como ministérios, secretarias, coordenadorias, agencias, etc. Isso existe a dezenas de anos no Brasil, pode até ser legítimo, mas vou me limitar a descrever um único período, entre 1995 e 2003. 
Roberto Brant, Ministro da Previdência (aquela que trata da aposentadoria dos trabalhadores) do PFL, que hoje é o DEM; José Henrique Souza, Ministro dos Transportes do PMDB, que hoje compõe o governo do PT; Francisco Dornelles, Ministro Do Trabalho (aquele que trata dos direitos do trabalhador, percebe???) e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (aquele que trata do interesse das indústrias???? Como assim???? interesses de trabalhadores primeiro e logo depois das indústrias ... tem lógica isso????), que pertencia ao PP, partido de oposição à época da primeira eleição de FHC.
Além disso o loteamento de cargos, por ajustes e acordos políticos, pode ser feito de outra forma, não legítima, com suborno direto aos deputados, como revelado pela imprensa nacional em 1998, quando houve a votação para a reeleição de cargos do executivo. Na época deputados receberam propinas da ordem de 200 mil reais para aprovar a emenda, que tornou possível ... pasmem ... a reeleição de FHC, do PSDB!!! (Isso definitivamente não é coincidência)!!!!!
Sobre continuísmos no poder, como o caso dos doze anos do PT no governo federal, temos ainda exemplos de governos no Estado de São Paulo, onde o PSDB governa a 20 anos, ou em Minas, onde o mesmo PSDB governou durante os mesmos 12 anos que o PT na federação. Esse continuísmo se dá devido ao instituto da reeleição, votado de maneira suspeita em 1998, como já citei.
Além disso, há um outro continuísmo muito peculiar, o de políticos ligados a família, que muito embora não tenham nenhuma militância política em suas histórias pessoais, herdam o patrimônio político de seus parentes e se mantém políticos durante toda a sua vida, ou começam na política unicamente em função desta herança. Exemplos disso podem ser Beto Richa (PSDB); Zeca Dirceu (PT); ACM Neto (DEM); Vitória Barros (PP) e pasmem, para espanto de quem não sabia disso, um sujeito que advoga hoje o fim do continuísmo, Aécio Neves (PSDB), herdeiro político de Tancredo Neves, de quem já me referi nesta crônica.
E então??? O que de fato mudou?????
Reflita comigo ... quem não considera isso o faz por dois motivos: ou não sabe disso, apesar de todos os elementos conhecidos de forma ampla e veiculados pela mídia nacional, e portanto é INGÊNUO, ou apesar de saber de tudo isso, ignora o fato e acredita na tal mudança, tornando-se CÚMPLICE de quem advoga tal posição!!!!
Na minha opinião, e deixo claro, essa é a MINHA OPINIÃO, corrupção, velha política, loteamento de cargos e continuísmo, não estabelece nenhuma mudança entre os proponentes a presidência da república que estão ai. Quem propõe mudança é igual, ou pior, aos que na opinião deles precisam ser mudados.
Essa proposição é feita por um grupo de políticos que representa uma elite nacional na política, e só conseguem ser contundentes nessa proposição por que tem nas mãos os instrumentos de mídia. A mídia é um instrumento de elite. Milton Santos, pensador nacional reconhecido internacionalmente já apontou, que os instrumentos de mídia estão na mão e sob propriedade de cinco grandes grupos no mundo todo, grupos tais que mantém forte a mídia nacional.
Você acredita no que a VEJA escreve? Eu prefiro acreditar no Milton Santos. É só uma questâo de escolha!!!!
Pra terminar esse artigo de hoje, justifico o porque do #votoouveto!
Na verdade entre os dois modelos há uma única diferença, baseada na filosofia de Governo de cada um, no que diz respeito ao que se quer para o país agora e no futuro.
Enquanto quem esta no poder, apesar de governar sob o cajado capitalista, como já disse, o faz com o foco filosófico de um governo popular (governa pensando no povo!!!). O grupo político que pretende entrar, será vítima do mesmo cajado capitalista, mas com o foco do desenvolvimento econômico (Governa para as empresas e para a elite), em detrimento daquele um governo popular (Não se iluda de qualquer discurso que diga o contrário!!!! Esta verdade está posta e já foi comprovada no passado).
Isto é muito claro, foi comprovado nos dois governos, como conta a história de um passado recente. No caso do PSDB, pelas privatizações (até hoje não explicadas quanto a onde foi parar os 2,4 trilhões que rendeu) e quanto a industrialização do país, que promoveu incentivos fiscais a diversas industrias internacionais. No caso do PT, pelos programas sociais intensivos criados, tais como Bolsa Família, ProUni, Mais Médicos e Pronatec, que se caracterizam nos únicos programas sociais de atendimento a saúde, educação e distribuição de renda, adequados a dimensão nacional, muito embora, é importante que se diga, são muito mal administrados até esse momento!
Votar um modelo é vetar o outro! Analise os termos expostos e veja se isso não é verdade!
Muito embora ainda haja uma alternativa de rompimento e indignação com tudo isso. Que é ANULAR o voto.
Sinceramente, neste momento não sei o que farei. Entre anular e vetar, minha dúvida se baseia no país como um todo. Espero que você saiba! E se por acaso não souber, espero que o que está escrito aqui, não represente pra você um monte de bobagens e possa ajudar-lhe em uma decisão final!

sábado, outubro 04, 2014

Um dia da Caça, Quatro anos do Caçador! Viva o dia da Caça GARGALHAR!!!! #Apertoconfirmacomdedodomeio

Amanhã vivemos no Brasil mais um dia de eleição. E desde 2009 tenho refletido muito, antes e em dias como esse. Amanhã estou decidido a ir as urnas e anular meu voto. Isso mesmo, ANULAR, não votar em branco, como faço a três eleições passadas. Digitar na urna um contundente 99 e apertar confirma (A brincadeira que fiz no título se refere a isso, mas falo mais tarde sobre ela). Então, como tenho me manifestado no Blog sobre coisas que julgo importante, resolvi partilhar minha opinião e as justificativas dela aqui, para refletirmos juntos.

Antes de dissertar sobre o objetivo que expus acima, quero refletir historicamente, para que possa fazer-me entender, sobra a dimensão da qual a política tem na formação do meu sujeito.

Sou ativista político há muito tempo, iniciei minha militância a partir do Movimento Estudantil Secundarista, como uma grande parte dos cidadãos, aliás. Em 1976, freqüentava pela primeira vez uma passeata de protesto contra o governo militar, nas ruas de São Borja (Terra do Getúlio, Jango e Brizola, outros importantes ativistas, com os quais nunca tenha nenhum tipo de simpatia por suas histórias de luta). Sou natural de Porto Alegre, e na época era dirigente estudantil de uma escola em Novo Hamburgo, três cidades do Rio Grande do Sul. Aconteceu de ser em São Borja porque estávamos em um encontro de estudantes na cidade.

Depois disso participei da direção de entidades estudantis em nível municipal e estadual, assim como, de grupos fechados, dedicados em estudos marxistas e vislumbrando as possibilidades socialistas de formação de Estado.

Na política partidária militei como cabo eleitoral de alguns políticos, sendo o mais importante, José Fogaça, Gaúcho de destacada atuação política em nível municipal, estadual e federal, durante longos anos. Nessa época tinha uma associação com o antigo MDB e logo depois com seu partido antecessor, por conta de uma reforma partidária, o PMDB.

Porém, em 1979, em todo o Brasil, exatamente por conta dos movimentos de reforma partidária, começaram a surgir iniciativas de formação de um partido que representasse com mais legitimidade a esquerda brasileira, reunindo intelectuais, trabalhadores, estudantes e outros cidadãos, preocupados em transformações sociais e econômicas de cunho mais popular e democrático. Foi nessa onda reformadora que surgiu o PT no Brasil. Nessa época, me desliguei do grupo a que pertencia e comecei a militar dentre os que estiveram envolvidos com a fundação do PT, tanto em Porto Alegre, quanto em Criciúma, em Santa Catarina, já que minha vida me fez mudar para essa cidade.
Minha participação na ordem política caminhou assim, muito embora ocupando uma posição de bastidores, como um dos fundadores do PT e como ativista, especialmente no Movimento Estudantil.

Desde lá tenho procurado me envolver na vida política das comunidades onde vivo, de forma a compro soluções possíveis para a construção de uma sociedade melhor, mais democrática, inclusiva e igualitária.

Em 2009, por conta das eleições presidenciais e extremamente frustrado com os acontecimentos que norteavam a construção histórica do PT e sua atuação em nível nacional, decidi pela primeira vez abandonar toda e qualquer militância, e desde então não só ANULAR meu voto, mas também promover uma discussão sobre política e Estado, com os membros de minha comunidade.

Esse ano, nessa eleição, a decisão se mantém, e agora já posso começar a expor os motivos pelos quais reitero minha posição com relação ao meu voto.

A alternativa filosófica do meu voto, se orienta pelo modo de governo que acho o mais apropriado para o Estado. Acredito no Socialismo, por entender que é nele que há a possibilidade de uma ampla associação dos homens em geral à igualdade, democracia, justiça social e integração humana. Por essa orientação é importante dizer que trata-se de um Socialismo de Estado, sem elementos de concentração de poder e instrumentos burocráticos na regulação da vida das pessoas. O Socialismo que acredito é o que possa ser processado através da prática da Democracia Comunitária, onde efetivamente todos estão envolvidos na tomada de decisão, e somente a gestão de tais decisões ficam a cargo de um grupo menor de pessoas.

Se a orientação é essa, no momento político partidário atual, minha alternativa deveria se concentrar em somente cinco partidos, dentre os existentes, quais sejam o PT (maior deles), o PCB, o PSOL, o PSTU e o PCO.

Não poderia, devido a história política que formou meu sujeito eleitor, nem sequer pensar em votar em outros partidos, os quais divido em três grupos. Os grandes partidos de direita e centro direita, quais sejam, PSDB (maior deles), DEM, PSB, PP, PDT, PV, entre outros. Os Partidos menores, que se formam por casuísmo político, tais como SOLIDARIEDADE, PSD, PR, P c Do B, entre outros e os partidos "nanicos", que só existem para acolher oportunistas das benesses que a política oferece a pessoas e instituições. Não citarei tais siglas, primeiro por que não interessa a essa reflexão, segundo porque são tão inexpressivas que certamente serão esquecidas logo após lidas. Nesses três grupos, concentra-se basicamente uma elite social sectária, preconceituosa e de profissionais da política, e sua existência se elabora pela vantagem política, interesses individuais, e inclusão em grupos de benefícios, resultado de troca de favores entre os grupos e emendas legislativas e executivas, que distribuem o dinheiro público circulante no meio político.

ANULAR meu voto é resultado do entendimento que esse quadro político partidário atual é inútil, impreciso e pernicioso a sociedade, e minha associação a qualquer um deles seria um aval que efetivamente não quero dar.

As pessoas tem me dito que dentro dos partidos ainda existem sujeitos que merecem um voto de confiança, acredito que isso seja verdade, contudo não mudo minha decisão em função dessa argumentação, por dois motivos. O primeiro é que pessoas individualmente, em esquemas partidários, não podem promover soluções, já que devem respeitar estruturas engessadas e autoritárias, protegidas pela legislação eleitoral que protege o corporativismo existentes nos partidos, o segundo e mais importante que o primeiro, é que invariavelmente, por mais honestas que as pessoas sejam, a história recente tem provado que, uma vez eleitas, as pessoas tem cedido às tentações do acesso ao poder e benefício econômico, e esquecido sua historia anterior, limpa e consciente.

Com relação aos partidos, devo dizer que com os quais me identifico pela filosofia que acredito, há motivos para não votar. O PT por exemplo, muito embora tenha proposto os únicos programas sociais efetivos e importantes para esse país, desde sua história original, peca por não conseguir pô-los em prática, por incompetência administrativa e para não confrontar com interesses econômicos, políticos e sociais, quando se vê pressionado por organizações econômicas e membros da elite social no país, tais como médicos, banqueiros, industriais, entre outros. Além disso, o PT, a fim de instrumentalizar o Estado e se manter no poder, tem reíficado práticas de compra de influência, desfio de dinheiro público e corrupção das instituições de toda ordem, que se não é feita por todos, e acho que não é, é reconhecidamente prática que caracteriza a presença e força partidária que se impõe no quadro nacional.

Quanto aos outros partidos que entendo socialistas, esses cometem um erro que não se pode admitir quando se fala em gestão do Estado. Tem consciência política madura e orientada para o bem da sociedade, mas não tem consistência na apresentação de propostas que sejam capazes de gerir a sociedade, sem deixa-la sensível ao caos socieoconomico provocado pela quebra radical das estruturas que movimentam a sociedade na atualidade. A transição para um sistema político como o socialismo, em uma sociedade como a brasileira, eminentemente capitalista, tem de ser de forma consciente e considerando um tempo de transição, o que tais partidos não admitem, propondo mudanças radicais, utópicas e certamente traumáticas para ao povo de forma geral, que nem se reconhece nessa nova filosofia proposta.

Quanto aos motivos de não votar de forma alguma nos outros partidos, posso agrupá-los em três grandes conclusões. Primeiramente, são todos constituídos de representantes da elite social deste pais, que quer garantir benefícios para os ricos e capitalistas, usando a classe média como massa de manobra na consecução de seus objetivos. Em segundo lugar, a grande maioria dos políticos não tem formação em grupos da comunidade, são políticos profissionais, que tem origem em famílias de outros políticos, que tem transmitido cargos e influência ao longo de milhares de anos, somente acessam a vida pública em função de benefícios escusos, herdados de seus antecessores da política. Finalmente Esse políticos, que nem tem uma filosofia muito consistente, defendem, mesmo sem imaginar a dimensão disso, o capitalismo neoliberal e suas instituições de suporte, que não se preocupam prioritariamente em elementos da sociedade, e sim, de forma muito consistente, em acumulo de capital, em maximização dos lucros e em uma cada vez mais acidentada, divisão de classes, que só perturba a sociedade, provocando cada vez mais miséria, criminalidade e exclusão social, entre muitos outros males também contundentes.

Esses são os motivos e a justificativa pela qual ANULO meu voto, e anularei de forma consciente nessa eleição. Gostaria de agir de outra forma, sendo essa a quarta eleição que ajo nesse sentido, mas atualmente acho mais importante agir assim, pelo que expus e pela discussão que consigo promover entre membros da minha comunidade.

Mas antes de terminar, ainda posso dar um último motivo para anular, que justificará o tom jocoso do título desta postagem, assim como a referência no # que faço, de modo bem humorado.

Veja, esses caras todos se elegem, e ficam quatro anos nos massacrando com sua má política e e com suas ações perniciosas com a sociedade, logo quatro anos nos F....! (Entenda como quiser).
Como é confortante e feliz para mim, saber que em um dia somente, o da eleição, poderei usar o meu dedo para anular meu voto em cada um deles, usando o "dedo do meio" para conformar minha anulação, e de forma simbólica, sinalizar a eles quando quiserem saber, onde o meu dedo na verdade deveria estar sendo colocado.
HAHAHAHA ... claro que isso é uma brincadeira bizarra, mas como se diz por ai, eu perco uma eleição, mas não perco a piada!!!!