Estado: Prisão, caverna ou casinha de campo.
Ao longo de uma formação social, acadêmica e familiar que quase alcança meio século, creio que seja possível, pretensiosamente, sugerir uma discussão sobre conceitos como, sociedade, estado e cidadania.
Ao longo de uma formação social, acadêmica e familiar que quase alcança meio século, creio que seja possível, pretensiosamente, sugerir uma discussão sobre conceitos como, sociedade, estado e cidadania.
O objetivo dessa provocação é identificar em que nível se deve participar das comunidades em que estamos envolvidos, todos os seres humanos, e mais especificamente, como atores participantes das universidades, podem contribuir para a melhoria continua.
Genericamente e de maneira bastante simplista, vejamos a sociedade como o universo maior de existência das pessoas, distintas evidentemente por particularidades, que formam outras sociedades menores.
O que importa agora é definir, dentro da sociedade, o Estado, como sendo o corpo que permite a harmonia social, se constituído de três partes em equilíbrio, essas partes formadoras do Estado podem ser denominadas como: Cidadão, Instituições e Governo.
O cidadão é evidentemente o ser humano, tratado assim, dado a um grupo de direitos e deveres que o permite compor o Estado com liberdade de expressão e movimentos, tal qual qualquer um de seus pares sociais.
As instituições são órgãos de composição, consolidação e operacionalização dos processos e estruturas, que permitem ao cidadão a interação e o equilíbrio. Públicas ou privadas, as instituições devem proporcionar a todos os cidadãos, sua formação, sustento, entretenimento, bem estar social, liberdade e manifestação.
Finalmente, os governos são constituídos de grupos de pessoas, com plataformas, políticas e filosofias particulares, responsáveis pelo controle e gestão das instituições, a fim de harmonizar o convívio adequado entre os cidadãos. Esses governos, para estabelecerem representatividade, devem ser escolhidos ou ao menos aceitos pelos cidadãos.
Quando essas três partes do corpo no Estado funcionam adequadamente, a sociedade caminha bem, no sentido de fortalecer suas bases e melhorar continuamente sua constituição.
Nesse caso, é importante ressaltar a importância do cidadão nesse contexto, e os resultados que se dão, considerando a sua atitude perante o Estado. Se o cidadão for submetido à autoridade desproporcional do governo e não puder dispor de instituições que supram suas necessidades, ele se sente como em uma prisão. Os seus movimentos serão cerceados e controlados e a transformação de sua parte será nula.
O cidadão, em contrapartida, se apesar de contar com governos e instituições que possibilitem sua participação, omitir-se de participar e interagir, ele se comportará como se estivesse em uma caverna, onde restringe o convívio social a si mesmo ou, quando muito, a seus pares próximos.
A harmonia, felicidade e integridade de uma “casa de campo”, somente são possíveis, se o cidadão participar ativamente, tanto da escolha de seu governo, quanto da integral interação com as instituições constituídas. Para isso, o cidadão na essência de seu significado, deve ser um sujeito que participe, opine, contribua e intervenha, sempre que fatos exigirem tais atitudes. O sujeito que praticar sua cidadania de maneira integral e integrada, possibilita o funcionamento do Estado e a integralização de uma sociedade justa, inclusiva e em crescimento contínuo.
Na universidade, seus integrantes vivem um ambiente que cria condições para as sociedades integralizarem de melhor maneira governo e instituições, na medida em que a formação superior, através da pesquisa, ensino e extensão, é uma oportunidade madura e privilegiada de geração de conhecimento e produção de teoria e prática. Logo, os acadêmicos, que tem a oportunidade de conviver no ambiente universitário, devem aproveitar esse diferencial, para cumprirem com mais qualidade sua ação de cidadania.